O passe é uma transfusão de energias fisio-psíquica, operação de boa vontade, dentro da qual o companheiro do bem cede de si mesmo em teu benefício. Se a moléstia, a tristeza e a amargura são remanescentes de nossas imperfeições, enganos e excessos, importa considerar que, no serviço do passe, as tuas melhoras resultam da troca de elementos vivos e atuantes. Trazes detritos e aflições e alguém te confere recursos novos e bálsamos reconfortantes. No clima da prova e da angústia, és portador da necessidade e do sofrimento. Na esfera da prece e do amor, um amigo se converte no instrumento da Infinita Bondade, para que recebas remédio e assistência.
Ajuda o trabalho de socorro aqui mesmo, com o esforço da limpeza interna. Esquece os males que te apoquentam, desculpa as ofensas de criaturas que não te compreendem, foge ao desânimo destrutivo e enche-te de simpatia e entendimento para com todos os que te cercam. O mal é sempre a ignorância e a ignorância reclama perdão e auxílio para que se desfaça, em favor de nossa própria tranquilidade. Se pretendes, pois, guardar as vantagens do passe que, em substância, é ato sublime de fraternidade cristã, purifica o sentimento e o raciocínio, o coração e o cérebro. Ninguém deita alimento indispensável em vaso impuro. Não abuses, sobretudo dos que te auxiliam. Não tomes o lugar do verdadeiro necessitado, tão-somente porque os teus caprichos e melindres pessoais estejam feridos.
O passe exprime também gastos de forças e não deves provocar o dispêndio de energias do Alto, com infantilidades e ninharias. Se necessitas de semelhante intervenção, recolhe-te à boa vontade, centraliza a tua expectativa nas fontes celestes do suprimento divino, humilha-te, conservando a receptividade edificante, inflama o teu coração na confiança positiva e, recordando que alguém vai arcar com o peso de tuas aflições, retifica o teu caminho, considerando igualmente o sacrifício incessante de Jesus por nós todos, porque, de conformidade com as letras sagradas, “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças”.
Emmanuel