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Era uma vez um pobre jardineiro que se chamava Tagil. Tagil, chegando a casa, abriu sofregamente, cheio de curiosidade, a misteriosa caixa. Com grande espanto, encontrou somente um castiçal de forma estranha e de metal escuro e pesado.
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Ora um castiçal! Exclamou ele, profundamente decepcionado. Arrisco a vida, luto contra salteadores e ganho esta droga! Que vou fazer com isto? Em que poderá melhorar ou remediar minha vida um simples castiçal.
Tagil atirou para um canto o castiçal abandonado e esquecido como coisa inútil e desprezível. Ora, um castiçal!
O certo é que o mísero objeto rolava de um lado para outro. Tendo certa vez caído pela janela abaixo, esteve muitos dias ao relento, perdido no terreiro imundo. De outra feita serviu de calço a um móvel partido, e por último até de martelo manejado pelas mãos fortes e calosas de seu dono. Um dia afinal, Tagil oprimido pelas dificuldades da vida, mudou-se. Levou consigo seus objetos, deixando apenas sobre uma mesa tosca e suja, como coisa imprestável, o pesado castiçal com que o presenteara o rico mercador.
Aconteceu que a casa deixada por Tagil, foi ocupada por um músico de profissão que, ao encontrar o castiçal abandonado, teve a impressão de se de uma peça digna de atenção.
Cuidando de livrá-la do pó e das manchas, que o enfeavam. Notou que apresentava na superfície da base, certas linhas e figuras dispostas de modo singular. Deslumbrado, passou a examinar o desprezado utensílio e verificou que se tratava de uma verdadeira maravilha. Sem duvida havia ali, a execução paciente de um artista genial.
Via-se gravado no metal, a figura de uma soberba galera que deslizava impávida num mar imenso, beijada brandamente pela escumilha das ondas irrequietas. Inclinando-se um pouco, já a cena era diversa. Distinguia-se uma bailarina com os seus véus, a dançar no meio de um lindo jardim.
Desviando-se o olhar, notava-se que a bailarina desaparecia, ocupando-lhe o lugar, uma imponente Mesquita como seus altos e belos minaretes apontados para o Céu; graças a um reflexo de luz, via-se ainda um corcel negro a galopar sobre uma montanha de nuvens de pó.
Tudo isso o genial gravador fizera como buril, na superfície polida do castiçal. Levado o objeto a varias pessoas, todos o admiravam e a extraordinária perfeição do original trabalho. Como é singular o destino das coisas. O que nas mãos de Tagil era uma peça inútil e sem valor, tornara-se uma verdadeira preciosidade nas mãos de outro. Porque este com finura, sendo mais hábil, soube ver as maravilhas que o outro jamais conseguira vislumbrar.
È assim o TESOURO que nos está oculto.
Quando tivermos olhos de ver, sentimento e inteligência para distinguir as coisas e aprecia-las, seremos como o "certo homem" de que falou Jesus. Teremos iniciado o descobrimento do grande e precioso tesouro para a conquista do Reino do Céu em nós mesmos.
E não seremos como o ridículo Tagil da lenda, que não soube apreciar sequer, a bela jóia material, que lhe foi presenteada pelo rico mercador. O TESOURO são as virtudes, que o espírito vai amealhando uma após outra. O conjunto dessas virtudes vai fortalecendo o caráter e a personalidade do homem. Algumas dessas jóias que constituem o tesouro são: a humildade, a sabedoria, a persistência no bem etc.
Há uma condição especial para a aquisição dessas virtudes. Chama-se FORÇA DE VONTADE. Com ela, acompanha-se o trabalho que em si já é um tesouro.
(fonte: http://www.techs.com.br/meimei/historias/historia36.htm)
Um dia todinho florido de paz, todinho perfumado de amor,
todinho feito de luz, pra você e pra quem mora no seu coração.
Abraços com carinho